A retomada do desenvolvimento de uma nação não pode prescindir da engenharia, seja em que país for
Por Francis Bogossian
A estagnação industrial no país, notadamente da Construção Pesada, levou, nos últimos anos, ao desemprego dos brasileiros. Na engenharia, sejam eles os do nível superior, do nível médio ou a mão de obra não especializada, os operários.
Como engenheiro, empresário e professor senti na própria pele o efeito negativo dessa estagnação sobre as minhas equipes e a própria empresa. É desolador precisar demitir funcionários probos e competentes e isso em todos os níveis.
Na área do ensino da engenharia, assisti a competentes professores serem despedidos, assim como vemos professores sub-remunerados.
Hoje, todos acompanhamos os editoriais contra o plano do BNDES de recuperação da engenharia nacional, mola mestra do desenvolvimento de uma nação. Surpreende a falta de engajamento social e de interesse público até mesmo da mídia formadora de opinião. Como se isso não bastasse, a mesma imprensa se posiciona contra a preferência que a Petrobras pretende dar à indústria naval brasileira na construção de seus navios. Uma indústria já tão penalizada, e há tanto tempo, e que não pode prescindir dessa oportunidade para sua reintegração ao mercado naval brasileiro e mesmo ao internacional.
As empresas brasileiras clamam por programas de financiamento de obras, sejam elas obras nacionais ou realizadas no exterior por nossas empresas.
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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social, Aloísio Mercadante, está cônscio do problema. É correta a sua determinação de conceder financiamento às empresas brasileiras de engenharia, decisão madura de quem entende do assunto. No dia de sua posse, tivemos a oportunidade de lhe expor a situação em que se encontra o nosso mercado da engenharia, e ficamos confortados em saber que Mercadante já estava plenamente a par da situação dramática, que planejava combater.
Também estivemos recentemente em reunião com o Diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES, Nelson Barbosa, juntamente com um grupo de presidentes de Sindicatos e Conselhos Federais de Engenharia e Arquitetura, além dos presidentes do Clube de Engenharia – Brasil e da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro. Na ocasião, apresentamos um plano de ação, visando a retomada do desenvolvimento brasileiro.
Nelson Barbosa se prontificou a examinar nossos estudos e a levá-los para a análise do presidente Mercadante, com vistas a uma próxima reunião geral de trabalho.
As perspectivas são boas. O setor se enche de esperança. A retomada do desenvolvimento de uma nação não pode prescindir da engenharia, seja em que país for.