Índice ainda é superior à metade, mas já apresenta resultado de aulas de reforço e de debate por mudanças metodológicas
Os altos índices de reprovação na disciplina de Cálculo 1 nos cursos de Engenharia da Escola Politécnica da UFRJ acabam contribuindo com a evasão antes da formatura e não são favoráveis para a formação do número ideal de engenheiros necessários para o desenvolvimento não do só do Estado do Rio como do país. Mas um sinal de que desse quadro está mudando foi a redução desse percentual apresentado no semestre passado.
Segundo o Pedro Monforte, coordenador do coletivo Força Motriz, a matéria contou com reprovação de 58%, o que pode parecer alto. No entanto, está bem abaixo do registrado no segundo semestre de 2022, por exemplo, que foi de 88%. O grupo é responsável pelo Curso André Rebouças, que oferece aulas de reforço de Cálculo para alunos cotistas, com o apoio do Clube de Engenharia e outras instituições.
“É uma mudança histórica, não só em virtude dos frutos já obtidos com o curso, mas também por causa de uma mudança de metodologia que já vemos. Há uma maior aceitação da diversidade e da ideia de igualdade no ensino”, afirma Monforte.
O Curso André Rebouças atende prioritariamente alunos carentes e a maioria chega com pelo menos uma reprovação na disciplina, mas no último semestre conseguiu que 44 estudantes avançassem com a aprovação nessa etapa. Além de procurar reduzir ainda mais o índice de reprovação nessa importante disciplina do ciclo básico da Engenharia, o coletivo quer aprofundar as mudanças propostas, como a necessária atenção dos professores a dificuldades relativas ao conteúdo do Ensino Médio, maior compatibilidade entre o conteúdo de sala de aula e o exigido em prova e maior assiduidade dos alunos nas sala de aula.

O Força Motriz também pretende ampliar as formas de auxílio aos alunos carentes e oferecer aulas de outras disciplinas, como Inglês.
“Acreditamos que reduzir a reprovação em Cálculo para menos de 50% será uma meta razoável, mas queremos que os alunos tenham condições de estudar em casa com computador e acesso à internet e não falte à aula por não ter como chegar ao Fundão”, ressaltou Monforte.