Paralisadas desde outubro de 2015, as obras da usina de Angra 3 serão finalmente retomadas. A Eletronuclear assinou nesta quarta-feira (09/02) o contrato para dar prosseguimento à construção, cuja nova etapa ficará a cargo de consórcio formado pelas empresas Ferreira Guedes, Matricial e ADtranz. Elas venceram licitação em julho do ano passado e vão executar serviços previstos no Plano de Aceleração do Caminho Crítico da unidade.
Nessa nova fase, está prevista a conclusão da superestrutura de concreto do edifício do reator e a realização de uma parte importante da montagem eletromecânica da usina, que inclui o fechamento da esfera de aço de contenção e a instalação da piscina de combustíveis usados, além da ponte polar e do guindaste de semipórtico.
Segundo a Eletronuclear, o consórcio já tem condições de montar o canteiro de obras para em breve iniciar os trabalhos, mas a previsão é de que essa movimentação só comece em março. Um nota emitida pela empresa informa que “superadas as etapas de recurso, as três companhias passaram, de forma bem-sucedida, por uma avaliação de compliance. Depois, a assinatura do contrato foi aprovada pelo Conselho de Administração da Eletrobras, no final de janeiro”.
Compromisso e novas licitações
A estatal também emitiu comunicado ao mercado em que se compromete com a continuidade da construção da usina, que tem previsão de início de operação em 2026. “Posteriormente, será realizada outra licitação para contratar a empresa ou o consórcio que vai finalizar as obras civis e a montagem eletromecânica da usina”, diz a empresa, que estudar adotar um modelo de contrato por EPC – sigla em inglês para engenharia, gestão de compras e construção para essa etapa.
A usina de Angra 3, com capacidade de 1.450 megawatts, teve sua construção iniciada em 1984, mas as obras foram paralisadas cerca de dois anos depois, devido à crise econômica vivida pelo país. A unidade chegou a receber parte dos equipamentos importados que seriam utilizados para seu funcionamento. Esse material vem sendo armazenado e preservado no terreno de Angra dos Reis, onde funcionam os dois dois reatores nucleares brasileiros.
A retomada em 2010, no entanto, não foi concluída em virtude de nova crise econômica pela qual o Brasil passou em 2015 e das investigações no âmbito da operação Lava-Jato e de seu desdobramento (Operação Radioatividade), que encontrou supostas irregularidades.