Clube envia carta à Dilma solicitando prédio para a Casa da Engenharia do Brasil

O Clube de Engenharia, através de carta enviada à presidenta Dilma Rousseff, expôs um antigo e importante anseio da engenharia brasileira. A carta reivindica que o prédio do Largo de São Francisco de Paula, que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), passe a sediar a Casa da Engenharia do Brasil.

Segundo os engenheiros, o prédio é considerado o berço da engenharia brasileira. Além disso, um abaixo-assinado ressalta a iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que tombou o local como patrimônio histórico e cultural.

De 1812 até 1966, o prédio abrigou a Academia Real Militar, a Escola Central, a Escola Polytechnica e a Escola Nacional de Engenharia. Nesse período ali se graduaram grandes nomes da engenharia brasileira.

A intenção da carta é que a presidenta destine o prédio para espaço de memória do desenvolvimento da Engenharia do Brasil, com suas instalações originais restauradas e orientadas para marcar o vínculo de continuidade do passado ao futuro.

Para fazer o download da carta, clique aqui.

Leia abaixo a carta na íntegra:

 

Exma Sra DILMA ROUSSEFF

M.D. Presidenta da República Federativa do Brasil

 

Os abaixo-assinados, a Associação dos Antigos Alunos da Politécnica - A3P e o Clube de Engenharia, pedem vênia a V.Exa para expor importante e expressivo anseio da engenharia brasileira, consubstanciado no pleito que ora formulam, orientado à destinação do PRÉDIO DO LARGO DE SÃO FRANCISCO DE PAULA - Rio de Janeiro - RJ, próprio da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, para abrigar a CASA DA ENGENHARIA DO BRASIL.

O referido Prédio é considerado o Berço da Engenharia Brasileira, porquanto ali nasceram os cursos Civil e Militar dessa nobre profissão. Referenda essa assertiva a iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN que lavrou o seu tombamento como patrimônio histórico e cultural.

Desde 1812 e até 1966, o Prédio abrigou a Academia Real Militar, a Escola Central, a Escola Polytechnica e a Escola Nacional de Engenharia. Nesse período ali se graduaram dezenas de milhares de engenheiros, em atendimento aos desafiantes problemas brasileiros. Foram proeminentes nomes da nossa engenharia, o que evidencia a consonância com o esforço que o seu governo realiza na busca crescente da competência técnica nacional, fortalecendo o intercâmbio com renomadas universidades internacionais.

A justa, e por direito, intenção dos signatários é destinar aquele Prédio para espaço de memória do desenvolvimento da Engenharia do Brasil, com suas instalações originais restauradas e orientadas para marcar o vínculo de continuidade do passado ao futuro.

Com a denominação de CASA DA ENGENHARIA DO BRASIL, aquele espaço deverá historiar o passado como referência para apresentar os avanços científicos e tecnológicos hoje conquistados e discutir a projeção do futuro. Mais que um museu historiográfico, deverá ser um espaço vivo e dinâmico de educação e cultura.

Mantendo a sua vocação pedagógica, o Prédio deverá abrigar espaços diferenciados para as diversas atividades orientadas à difusão da produção científica e da inovação tecnológica, em prol do fortalecimento da cidadania, com reforço da mensagem de continuidade histórica: o Museu da Engenharia, o Centro Cultural da Engenharia Brasileira, o Centro de Convenções para grandes eventos nacionais e internacionais entre exposições, simpósios e fóruns científicos e tecnológicos, com a participação de todas as especialidades e de áreas afins, além de espaço de convivência da comunidade científica e tecnológica em torno da Associação dos Antigos Alunos da Politécnica – A3P.

Depois da instalação da Cidade Universitária, há 50 anos, na Ilha do Fundão, várias Unidades da UFRJ para lá se transferiram, algumas ainda devendo fazê-lo, tendo sido a Escola Politécnica, que ocupava o citado Prédio, uma das primeiras Unidades que assim o fez. A falta de destinação imediata permitiu a ocupação do Prédio pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais – IFCS, assim permanecendo até os dias atuais, sem que a área física disponível possa contemplar as futuras expansões necessárias ao aumento, ao longo do século XXI, do corpo docente e discente dos seus departamentos que abrigam as importantes áreas de excelência das ciências humanas da UFRJ.

Considerando o caráter histórico e cultural que representa aquele Prédio, e o papel que poderá desempenhar na educação cívica ao motivar a juventude para a pesquisa científica e a inovação tecnológica estimulando-a a pensar o Brasil que queremos construir, vêm a V.Exa manifestar o desejo pelo seu interesse em determinar as providências necessárias à concretização desse notável empreendimento cultural e educacional de grande envergadura social, qual seja a constituição da CASA DA ENGENHARIA DO BRASIL, nesse prédio histórico do Largo de São Francisco de Paula, no Rio de Janeiro. Para tanto, é necessário que seja priorizada junto às instâncias do Ministério da Educação e da UFRJ a pronta construção do prédio que abrigará o IFCS na Ilha do Fundão, como definido no plano diretor da Universidade, ao que igualmente solicitam seu especial interesse.

Inúmeras instituições já manifestaram adesão ao nosso pleito. Segue anexado a este documento, a relação nominal preliminar das instituições, que estão sendo convidadas a subscrever a referida adesão.

Na certeza da compreensão de V.Exa do significado educacional, cultural, político e social que representa a iniciativa de constituição da CASA DA ENGENHARIA DO BRASIL, reafirmam a convicção da justeza de encaminhamento que o pleito formulado faz por merecer.

Com especial agradecimento e cordial saudação, subscrevem este pleito, confiantes no apoio da honorável Presidenta para a consecução dessa iniciativa que engrandecerá a engenharia brasileira.

Atenciosamente,

Heloi J. F. Moreira (Pres. da Associação dos Antigos Alunos da Politécnica – A3P)

Francis Bogossian (Pres. do Clube de Engenharia)

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