Projeto de teleférico para a Rocinha é debatido no Clube de Engenharia

O poder público respondeu ao chamado, a sociedade civil se fez presente e o corpo técnico ofereceu seus conhecimentos para criar o diálogo promovido no dia 19 de julho pelo Clube de Engenharia sobre o teleférico da Rocinha

O projeto, que integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na comunidade tem sido alvo de protestos de moradores que defendem a priorização do saneamento básico, entre outras carências da Rocinha. O debate foi organizado pelo Fórum de Mobilidade Urbana e pelas Divisões Técnicas de Transporte e Logística (DTRL), Engenharia do Ambiente (DEA) e Recursos Naturais Renováveis (RDNR).

A falta de diálogo foi um dos pontos mais debatidos. Márcia Vasconcelos, presidente da Federação das Associações de Moradores do Município do Rio de Janeiro (FAM-RIO) destacou a questão ao declarar que “o que mais preocupa, não só no caso do teleférico, mas em outros movimentos que estão acontecendo na cidade, é que todos eles são feitos sem perguntar para o morador o que ele quer. Se meu esgoto é a céu aberto e minhas necessidades básicas não são atendidas, não vou querer teleférico. Não adianta andar de teleférico e lá de cima ver meu filho lá embaixo doente por falta de saneamento básico”, protestou.

Alan Brum, representante dos moradores do Alemão, destacou que, embora a equipe tenha promovido fóruns para escutar a comunidade, tal mobilização não resultou em compromissos efetivos. “O relatório que saiu desses encontros era genérico e superficial. O trabalho social do PAC funcionou pouco para que as demandas da comunidade fossem incorporadas ao programa, como o saneamento básico, por exemplo. Falta um projeto participativo”. Também estavam presentes representantes das comunidades do Santa Marta, Providência e Rocinha.

O poder público foi representado por Walder Peres, técnico da Secretaria de Estado de Transportes, indicado pelo secretário Julio Lopes. Ícaro Moreno, presidente da Empresa de Obras Públicas (EMOP) e Ruth Junberg, coordenadora do PAC também estiveram presentes. Walder destacou a importância do teleférico no contexto da Linha 4 do Metrô. “A estação São Conrado ou Rocinha vai ser uma das principais do sistema que está sendo feito agora. Precisamos ter um sistema de média capacidade para alimentar a estação e uma das melhores do ponto de vista técnico é o teleférico. Isso está claro nos números. Um plano inclinado levará 30 minutos para chegar ao alto do morro. O sistema de teleférico leva um número maior de pessoas e em maior velocidade. Em poucos minutos chegar ao alto. Esta questão é importante na hora das escolhas, para além do orçamento e tecnologia”.

Após apresentar o projeto e escutar as reivindicações dos moradores, o presidente da EMOP propôs a ampliação dos canais de diálogo. “O processo é democrático e, por isso, tem que haver mais debate. Há prazos, no entanto. São recursos extraordinários do governo federal que nós não queremos perder. São 32 sub-bairros na Rocinha. Nós vamos fazer discussões nos 32”, prometeu Ícaro.

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