A ideia que permeou a quinta edição do “Fórum Permanente de Acidentes Naturais – Prevenção, contingência, emergência e políticas públicas”, na tarde do dia 09 de fevereiro, foi a importância de, mesmo sem grandes tragédias recentes, reunir especialistas e representantes do poder público para debater sobre os avanços e gargalos no combate aos acidentes naturais e, mais importante que isso, o esforço multidisciplinar na prevenção dos mesmos.
O Tenente Coronel Marcio Moura Motta, subsecretário municipal de Defesa Civil da cidade do Rio de Janeiro (na foto, ao lado de Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia), trouxe ao Clube de Engenharia informações sobre o que tem sido feito pela prefeitura para evitar novas tragédias. Flávio Erthal, presidente do Departamento de Recursos Minerais (DRM), apresentou o trabalho do governo do estado do Rio de Janeiro. Segundo Motta, a prefeitura tem focado na educação, com treinamento de 6 mil agentes dentro das próprias comunidades que, uma vez preparados, atuam na evacuação das pessoas que moram em área de risco: “O Centro de Controle da prefeitura nos avisa sobre o risco de chuvas fortes e nós enviamos a informação direto para os agentes comunitários via SMS. Se necessário, eles tocam as sirenes e começa a evacuação. Em uma tempestade em 2011, tocamos sirenes em 11 comunidades. Houve deslizamentos, desabamentos, mas nenhum óbito”, explica.
A atuação do governo do estado está, segundo Erthal, voltada para o mapeamento dos municípios, gerando conhecimento para estabelecer ações coordenadas de prevenção e emergência. Segundo ele, “graças aos recursos dos royalties do petróleo, com subsídios do FECAN, em 2011, mapeamos 31 municípios. Até dezembro de 2012, serão 49 municípios mapeados, além de outros 42 em execução. Segundo Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia, o governo federal precisa se envolver no trabalho preventivo: “É urgente a criação de um departamento nacional que ofereça apoio técnico às prefeituras que não têm recursos financeiros e humanos necessários para impedir ou remediar a ocupação desordenada de encostas e margens de rios”, explica.