Privataria do petróleo brasileiro prossegue no governo Dilma

Redação Portogente | 20/08/2013

O vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras e do Clube de Engenharia, Fernando Siqueira, não tem dúvida que prossegue, no governo Dilma, a “privataria” no setor energético do País, mais especificamente nas reservas do petróleo brasileiro. Ele relaciona as más consequências das privatizações iniciadas no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: a abertura do subsolo para empresas estrangeiras; abertura da navegação de cabotagem para elas navegarem nos nossos rios e escoarem nossas riquezas; a venda da Vale por um centésimo do seu valor real e a quebra do monopólio do petróleo. “Esta última está gerando a entrega do pré-sal para o cartel internacional do petróleo”, adverte.

Para Siqueira, sob um bombardeio diário do cartel internacional, o governo Dilma vem sendo acuado e, após reabrir os leilões — o que não tem sentido, pois a Petrobras já descobriu mais de 60 bilhões de barris no pré-sal —, está prestes a entregar Libra, o maior campo brasileiro, cuja reserva provável é de 15 bilhões de barris, aos grupos estrangeiros.

“Estrangulando a Petrobras financeiramente, o governo deixa a empresa enfraquecida para participar do leilão. No 11º leilão recém-realizado, regido pela Lei de FHC que dá todo o petróleo para quem o produzir, a Petrobras teve uma participação pífia, tendo comprado menos de 20% das áreas ofertadas e sendo operadora apenas em três delas”, explica.

Bilhete premiado

No 12º leilão, específico para o campo de Libra, o bilhete premiado, a Petrobras pode ficar de fora ou com apenas 30% por ser operadora única. Em compensação, consórcio estrangeiro tem chances de ficar com 46% do petróleo produzido, sem ter corrido risco, sem ter feito nada, pois a Petrobras será a operadora. E vai exportar esse petróleo bruto, deixando de pagar 30% de impostos e usando um imenso poder de barganha na geopolítica mundial.

“Enquanto isto, nós brasileiros, donos do petróleo, deixamos escapar a maior oportunidade que o Brasil tem para deixar de ser o eterno país do futuro e ser uma potência econômica, financeira e tecnológica mundial”, lamenta.

Fonte: Portogente

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