Livro mostra as geógrafas na história do pensamento geográfico brasileiro

Evidenciar a trajetória e relevância das mulheres na construção do pensamento geográfico, tanto em escala mundial como nacional, é o objetivo do livro ‘As geógrafas na história do pensamento geográfico’ (2024), lançado pela Consequência Editora. A obra é organizada pelos professores Guilherme dos Santos Claudino, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Larissa Araújo Coutinho de Paula, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), e Rízia Mendes Mares, da Universidade de Pernambuco. O livro tem 576 páginas e pode ser comprado por R$ 75, pelo site da editora.

Os organizadores destacam a importância do livro e lembram que: “nos cursos de […] geografia, é recorrente a insatisfação de estudantes em relação à ausência de mulheres geógrafas nas referências disponibilizadas pelas ementas das disciplinas”.

A editora diz que sua produção “contribui para dar cabo a essa lacuna, e destacar as muitas mãos femininas que construíram e constroem a Geografia.” Na descrição resumida da obra lembra que as mulheres promoveram não apenas o saber geográfico, mas também políticas, teorias e perspectivas inovadoras em suas atividades educativas. Agora, ressaltam, “cabe a nós conhecermo-las, debater suas ideias e compreender as forças históricas que as colocaram em um lugar que jamais deveriam estar: excluídas do longo e contraditório percurso do conhecimento científico nas principais obras de referência em história e epistemologia do pensamento geográfico.”

Eles dizem que ainda há desconhecimento e pouco debate sobre o papel de muitas mulheres que fizeram a história da atividade e ressaltam as consequências: “Essa condicionalidade nos ajuda a compreender como noções de poder, lugar do conhecimento, erudição e ciência estão inter-relacionados ao colonialismo, patriarcado, capitalismo, gênero e raça, ainda que esse debate são seja o destaque dessa obra (está implícito)”.

No momento consideram que é importante que geógrafas e geógrafos busquem desenvolver programas de investigação relativos à presença das mulheres, a exemplo do que já é feito em outros campos do conhecimento, como a sociologia, filosofia e a história. A intenção é ir além de eventuais lembranças pontuais e não se limita a modismos, como alguns prefeririam enxergar quando o assunto é mulheres, gênero e decolonialidade, afirmam. Trata-se, dizem, “de um objetivo respaldado na análise científica, crítica e rigorosa da nossa história e de não situar essas geógrafas apenas como objeto, mas, antes, como sujeitas de suas próprias geografias, descritas por elas mesmas. (...)”

A inquietação com essa questão nos levou à organização deste livro, cujo principal objetivo foi evidenciar a trajetória e relevância das mulheres na construção do pensamento geográfico, tanto em escala mundial como nacional.

Por essas razões, este livro indica algumas orientações que podem ser adotadas por professores e pesquisadores em diferentes temáticas da geografia a fim de amenizar o abismo do desconhecimento historicamente instalado relativo às mulheres que construíram (e têm construído) os alicerces da nossa ciência.

No capítulo intitulado “A Geografia de um território aos olhos da mulher indígena: Espacialidade, Cartografia e Gênero na América Ibérica do século 18”, resultado de pesquisa financiada pela Fapesp, a autora Denise Aparecida Soares de Moura, mostra a interlocução entre sertanistas, indígenas, religiosos ou cartógrafos na construção de conhecimento geográfico e cartografia dos impérios ibéricos na América do Sul no século 18.

*Com informações da Agência Fapesp e Editora Consequência.

 

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