O balanço do ano que se encerra é desastroso: o desmonte da Petrobrás desarticula uma das principais âncoras do nosso desenvolvimento industrial, com reflexo na engenharia, pois de vanguarda tecnológica na exploração de petróleo em águas profundas, passaremos a ser simples fornecedores de mão de obra de segurança, transporte e alimentação para as multinacionais que se apropriaram das nossas principais reservas no Pré-Sal; as demais estatais de setores estratégicos também estão ameaçadas; a necessária reforma da Previdência manteve e até ampliou intocados privilégios, ao passo que penalizou os já desassistidos; direitos trabalhistas derrogados; ataques sistemáticos às universidades públicas, à ciência e à cultura colocam em risco a democracia, o que exige resposta da cidadania, acima de divergências ideológicas e político-partidárias.

O atual governo argumenta que não há solução para o país fora do projeto liberal que busca implementar. É impossível aceitar vender o Brasil, e muito menos, marchar a passos largos para devolvê-lo à condição de colônia! Estamos falando de um pais que viveu, a partir dos anos 30 do século passado, um vitorioso processo de industrialização, inclusive nos governos militares. Nos anos de 1980 a produção industrial brasileira era superior à dos famosos tigres asiáticos: Tailândia, Malásia, Coréia do Sul e China.

No mundo, muitos são os exemplos de países que enfrentaram, com sucesso, crises econômicas gravíssimas. O presidente Barack Obama, por exemplo, com a crise de 2008/2009 nos Estados Unidos, encontrou a General Motors quebrada. O que ele fez? Privatizou a General Motors? Não. Estatizou a General Motors. Fez com que a Justiça punisse os corruptos, salvou a empresa e a colocou novamente no mercado, gerando empregos.

Investimentos do Estado são absolutamente necessários. Mas o que é mais necessário no Brasil hoje é a organização de uma frente política que discuta e proponha caminhos em oposição ao que aí está. A construção de uma força política plural, suprapartidária, que una o Brasil em defesa da democracia, da soberania ameaçada e do desenvolvimento inclusivo, é o nosso maior desafio.

O ano de 2020 é decisivo. A população brasileira pode, com força e coragem como já demonstrou, dar um basta aos crimes de lesa-pátria, construir um projeto nacional de desenvolvimento e oferecer, especialmente à juventude brasileira, a certeza de um futuro digno e sustentável.

A Diretoria

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