Engenharia dá suporte para a concretização de obras de arte

Engenharia dá suporte para a concretização de obras de arte

Obra do artista alemão Thomas Schönauer está exposta na Marina da Glória, no Rio
Engenharia dá suporte para a concretização de obras de arte
André Rebouças


No mundo todo, surgem esculturas e instalações desafiadoras que precisam dos engenheiros para virarem realidade

A engenharia vem servindo de inspiração para artistas ao idealizarem esculturas e instalações, no mundo inteiro. Exemplo notório é o do escultor e pintor alemão Thomas Schönauer, cuja obra “Cultivator 16” pode ser admirada pelos visitantes da Marina da Glória, no Rio de Janeiro. É uma peça em aço inoxidável, com 4,4 metros de largura e 2,2 metros de altura e de tão pesada precisou do auxílio de um guindaste para ser colocada no lugar.

Schõnauer já é conhecido como o “artista da engenharia”, por justamente buscar conciliar no seu trabalho a relação entre filosofia, tecnologia e natureza. A peça que  está disponível para os cariocas e visitantes da cidade, que ficará exposta até meados de 2025, pertence ao acervo da DAN Galeria e faz parte de uma série que conta com outras esculturas espalhadas pelo mundo. A  ideia é apresentar ao público obras monumentais que interagem com a luz e o espaço.

Enquanto a engenharia serve para uns como inspiração, para outros ela interfere nas obras diretamente, desafiando os limites entre a racionalidade técnica e a fluidez estética. Buscando esse equilíbrio entre os opostos, o engenheiro holandês Theo Jansen se especializou em esculturas cinéticas, formadas a partir de seus estudos de robótica. Ele cria modelos computacionais capazes de projetar formas parecidas com seres vivos. O resultado são animais incríveis, que podem até simular aspectos evolucionistas.

São criaturas formidáveis, que possuem complexidade de movimentos, dando a impressão até de estarem vivas. A obra do holandês funde arte e engenharia, através do uso de materiais como tubos plásticos, fios de náilon, garrafas pet, etc. Por suas dimensões e por poderem se mexer com o vento, estão presentes por exemplo em praias holandesas, onde o sopro do ar move suas engrenagens e as faz andarem sobre a areia. 

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Obra do holandês Theo Jansen

A imaginação artística é fértil, mas os projetos precisam da engenharia para virarem objetos de arte. Em Buenos Aires, na capital argentina, num jardim de Palermo, a escultura em aço Floralis Genérica representa uma flor e foi instalada numa área que estava antes degradada. Suas pétalas pesam 18 toneladas cada uma, mas se abrem conforme incide a luz do sol. A belíssima obra, concebida pelo arquiteto Eduardo Catalano virou até atração turística e praticamente não há quem passeie pela cidade sem tirar uma foto no local.

No entanto, a beleza do mecanismo só se concretizou graças a uma sofisticada engenharia por trás. O movimento é gerado a partir de um sistema hidráulico controlado por um computador central. A escultura abre ao amanhecer e fecha ao entardecer, criando uma visão deslumbrante ao longo do dia e da noite. 

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Floralis Genérica de Buenos Aires. Crédito: Robert Cutts/Flickr

Na medida em que as fronteiras entre as diferentes áreas do conhecimento são quebradas, surgem obras maravilhosas que aliam também o design e a ArcelorMittal Orbit, de Londres, uma torre de observação com 122 metros de altura é um exemplo disso. O projeto é assinado pelos artistas Anish Kapoor e Cecil Balmond, que coincidência ou não, estudaram engenharia em seus respectivos países de origem, a Índia e o Sri Lanka. No currículo deles, não faltam projetos que dialogam com a ciência da construção, sem perder a fantasia.

A estrutura em aço vermelho é bastante retorcida e sua abstração remete à superação dos desafios, o que sintetiza o espírito de um parque olímpico. Quase no topo, pode-se atingir um observatório com uma visão privilegiada da cidade. Atualmente é a maior obra de arte em área pública da capital britânica e custou mais de 19 milhões de libras.

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ArcelorMittal Orbit, de Londres. Crédito: Creative Commons

Kapoor também é autor de outra obra de arte que encanta quem passeia por Chicago, nos Estados Unidos. É a Cloud Gate, peça em aço brilhante conhecida pelo seu formato de um grão de feijão gigantesco. Sua inspiração veio de uma bolha de mercúrio e foi projetada para refletir o horizonte da cidade, mas geralmente produz imagens distorcidas das pessoas, ávidas por fotos junto à obra. Para ser concretizada, precisou da consultoria de vários engenheiros e construtores, para a montagem de 168 placas de aço inoxidável que se juntam e se moldam como se fosse uma única estrutura. Muitos até disseram ser impossível a realização, mas está embelezando a cidade desde 2004. 

Engenheiros e fabricantes de todo o mundo uniram suas expertises para superar os obstáculos técnicos. O design final exigiu 168 placas de aço inoxidável, soldadas meticulosamente juntas sem “costuras” visíveis. As placas foram então polidas minuciosamente para alcançar o acabamento espelhado desejado.

Esses feitos são prova de que a imaginação de fato não tem limites, mas a concretização das ideias dos artistas carece de conhecimentos técnicos que só a engenharia proporciona

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