Estudantes do IBMR visitam trem de levitação magnética da Coppe


O Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) abriga um veículo voltado para o transporte público de grande potencial para a sustentabilidade: o trem de levitação magnética Maglev. Aberto a visitação há pouco mais de um ano, o projeto foi alvo da primeira visita técnica, via Secretaria de Apoio ao Estudante de Engenharia (SAE), de cerca de 30 estudantes do Centro Universitário IBMR no dia 23 de maio.

Os alunos de Engenharia de Produção e Engenharia Civil puderam compreender como funciona o veículo instalado na Coppe/UFRJ, onde percorre um trajeto de 200 metros em trilhos próprios. O módulo do Maglev comporta, bem distribuídas, cinco pessoas por metro quadrado. A ida e volta dos 200 metros, em velocidade média de 10 km/h, dura pouco mais de três minutos, com explicações de um profissional da Coppe no interior do veículo.


Atividade prática para calouros
O professor Carlos Sandro Carpenter, coordenador dos cursos de Engenharia de Produção e Engenharia Civil do IBMR, que levou os estudantes, falou sobre a oportunidade de mostrar a tecnologia a estudantes do primeiro período: "É um estímulo, nós queremos que os que vieram passem para outros e todos possam ter o contato, porque engenharia não se faz só em sala de aula". Ele ainda afirmou estar passando para os alunos a cultura que ele teve, em sua graduação, de contato com o Clube de Engenharia, desde o primeiro período.

A atividade fez parte da Semana Científica e Cultural do IBMR, que envolve todos os cursos. A estudante Natacha Motta, discente de Engenharia de Produção, comentou a experiência: “Eu mal senti a diferença da levitação, e considero um avanço muito interessante, porque é o primeiro transporte público do tipo. Só por chegar ao ponto de passar de outros países, tem muito potencial", afirmou. Segundo o profissional que conduz a viagem no Maglev, outros protótipos de veículos de levitação magnética no mundo, de levitação supercondutora como o Maglev, são capazes de transportar até 2 pessoas.


As vantagens da levitação magnética
Além das explicações básicas sobre o veículo transmitidas durante a viagem, os estudantes puderam saber mais detalhes com o professor Richard Stephan, coordenador do projeto e sócio do Clube de Engenharia. Segundo ele, além da pista do Maglev composta de de ímãs, o sistema conta com supercondutores que espelham os ímãs, numa propriedade conhecida como diamagnetismo. Assim, quando a face Norte de um imã está próxima de um supercondutor, ele espelha um Norte, o que produz a repulsão entre os ímãs e consequente levitação. Os supercondutores são mantidos resfriados com nitrogênio líquido a 197 graus centígrados negativos. O que causa a movimentação do módulo é um motor de tração linear.

Segundo Richard Stephan, o sistema apresenta diversas vantagens. O preço é aproximadamente o mesmo que um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT): 60 milhões de reais por quilômetro. Mas é mais silencioso do que qualquer veículo que faça contato com a via; seus trilhos podem ser mais leves do que trilhos convencionais porque sua carga é distribuída; não ocorre atrito entre o veículo e a superfície por onde passa, exigindo menos manutenção; o tempo de execução das obras para um Maglev é menor, assim como o tempo de viagem em virtude de acelerar e frear mais rapidamente; seu custo operacional também é menor por não utilizar combustível, o impacto ambiental é reduzido. Além disso tudo, pelo peso que a estrutura suporta, neste caso de 1500 kg, seria impossível transportar mais do que 5 pessoas por metro quadrado.


“O Maglev é socialmente correto, porque não permite o transporte em condições sub-humanas", afirmou o professor. Segundo ele, o veículo está incluído no Plano Diretor da Cidade Universitária, com validade até 2020, com a perspectiva de funcionar da estação de BRT ao Parque Tecnológico, um trajeto de cinco quilômetros. No entanto, não há previsão para tal expansão. Stephan ainda exaltou a variedade de áreas envolvidas em um projeto do tipo: engenharia mecânica, civil, de produção, além de química, arquitetura e até direito. "No fundo, a engenharia é isso: todas são importantes para juntas fazerem uma obra", concluiu.

O Maglev Cobra se situa atrás do Bloco H da Coppe, na Cidade Universitária, e está aberto à visitação toda terça-feira, das 11h às 12h30 e das 13h30 às 15h.

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