“O BIM não é a próxima geração, você já está atrasado”. A fala é do arquiteto e consultor em BIM Fabrício Ferreira, na palestra “Introdução ao estudo de projetos em BIM – uma realidade na engenharia em 2019”, em 25 de Julho, no Clube de Engenharia. A tecnologia que vem dominando o mercado da construção civil atraiu numerosos estudantes e profissionais interessados em atualização sobre o tema, que se renova constantemente.
A sigla BIM significa Building Information Modeling. Em português, “modelagem da informação da construção”. Segundo Ferreira, é uma metodologia baseada em modelos tridimensionais inteligentes, que não somente cria virtualmente a construção, mas também possibilita gerenciar os projetos da edificação e sua infraestrutura de maneira mais rápida, mais econômica e com menor impacto ambiental, quando comparada a métodos tradicionais como o projeto em planilha de papel.
A capacidade de gerenciamento significa que o BIM será usado para todo o ciclo de vida dos projetos. Desde a primeira ideia do empreendedor, a chamada Preparação, passando por demais fases da Cadeia de Desenvolvimento do Projeto de uma construção, como o projeto conceitual, projeto detalhado e documentação. A Documentação, na qual se insere documentos importantes ao modelo, permite que sejam modificados informações e documentos com atualização automática, sem que o profissional precise voltar a cada etapa para atualizar manualmente. “A chance de errar tende a zero”, assegurou. Inclusive, o uso de BIM e não de outra tecnologia – como o AutoCAD – permite executar o que se chama de Construção em 4D e 5D. A construção 4D é a adição à versão em 3D do projeto, do planejamento de suas etapas. Cada tarefa será “linkada” aos grupos de elementos vinculados a essa tarefa. “Isso facilita o entendimento do seu planejamento de obra”. O 5D já é a engenharia de custos: naquela versão virtual do projeto são adicionados elementos do orçamento. Segundo ele, esta é uma evolução do BIM que há cinco anos não existia.
Outra vantagem do Building Information Modeling, segundo o arquiteto, é servir para a posteridade: operação e manutenção daquela obra. Raramente, hoje, os responsáveis por edificações mantêm atualizadas as plantas impressas, mas no caso do BIM, por ser virtual, havendo uma reforma ou qualquer alteração da estrutura, e até mesmo para consulta de possíveis condôminos, a planta atualizada por ser facilmente consultada.
Fabrício Ferreira também abordou o mercado de trabalho em BIM: segundo ele, é um investimento considerável de um empreendedor contratar um profissional da área, mas é também uma vantagem competitiva, pois outros modelos como o AutoCAD estão se tornando ultrapassados. Para entrar na área, segundo o arquiteto, é preciso muito estudo e prática. Além disso, o próprio BIM está evoluindo para melhorar sua usabilidade e conta com a colaboração de empresas que, para facilitar a confecção do orçamento, colocam seus componentes e produtos disponíveis em BIM. Os arquitetos e engenheiros podem, assim, devido à facilidade de acessar especificações e dimensões já automatizadas, dar preferência a esses produtos.
O evento teve promoção do Clube de Engenharia, Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e divisões técnicas de Exercício Profissional (DEP), Formação do Engenheiro (DFE), Construção (DCO), Ciência e Tecnologia (DCTEC), Eletrônica e Tecnologia da Informação (DETI), Manutenção (DMA) e Estruturas (DES).