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Implosão de estruturas e edificações

Implosão de estruturas e edificações bruno implosoes
Fábio Bruno Pinto já realizou mais de 50 projetos de implosão em todo o mundo sem um único acidente. Foto: Fernando Alvim

Demolição de edificações é um ramo da construção civil cuja demanda no Brasil ainda não é tão intensa como em países com poucas áreas para construção e que precisam pôr abaixo antigas edificações para erguer novas construções. Mas, para os interessados em trabalhar na área, é preciso conhecimento técnico e muito planejamento. Com o objetivo de aprofundar o debate, o Clube de Engenharia realizou, em 05 de junho, a palestra “Implosão de estruturas e edificações – planejamento, riscos e execução”.

Formado em Engenharia de Minas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pós-graduado em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o palestrante Fábio Bruno Pinto é reconhecido mundialmente pela indústria de implosão, já tendo realizado trabalhos nas Américas do Sul e do Norte. Com extenso trabalho de campo e integrado à melhor modelagem digital proprietária que a indústria já viu. Ganhador do World Demolition Award em 2011, 2013 e 2016, é apontado como um dos melhores do mundo em serviços em demolição explosiva.

O engenheiro apresentou a implosão de três prédios de concreto estrutural, localizados entre três hotéis de cinco estrelas em Nassau (Bahamas), planejado por ele e executado pela sua empresa: a Fábio Bruno Construções. Mostrou o estudo de enfraquecimento da estrutura devido à grande quantidade de paredes de concreto e falou sobre a importante logística associada ao projeto, por ser uma região de furacões e não haver mão de obra e equipamentos especializados na região, além de mostrar a simulação da implosão para o público. “Foi uma logística complexa: além dos prédios serem muito próximos, com outros hotéis na região a 30 e 60 metros de distância, tínhamos que implodir e entregar as piscinas dos três hotéis vizinhos em 30 minutos para os hóspedes usarem”, explicou. Fábio informou que não tinha como levar toda a empresa, então, contratou 130 empregados locais. Só de tempo para levar os equipamentos do Brasil para Bahamas, de navio, foram dois meses de transporte.

Cuidados prévios
A execução de todo o projeto foi realizada em 11 semanas, a implosão, em si, em alguns segundos. Entre as várias etapas, destaca: planejamento, preparação, proteção das construções vizinhas, instalação de explosivos em áreas estratégicas do ambiente e limpeza.

Fábio utiliza um software de simulação, que permite visualizar a implosão antes dela acontecer, verificando todos os detalhes e antecipando possíveis problemas. “Trata-se de uma tecnologia diferenciada, que proporciona maior segurança e possibilita a realização dos trabalhos mesmo em áreas densamente povoadas”.

No exemplo apresentado, como estratégia, no momento da demolição Fábio implodiu um prédio de cada vez, utilizando um intervalo de 90 segundos entre um prédio e outro. De acordo com o especialista, é para evitar proliferação de poeira.

Implosão x demolição
Demolir é colocar abaixo uma construção. Implosão é um mecanismo utilizado, é a maneira de demolir geralmente com explosivos colocados em locais previamente escolhidos e detonados em uma sequência controlada e planejada. Quando comparada à demolição convencional, a implosão mostra-se uma metodologia muito mais rápida e eficiente, o que pode ser um fator decisivo para que alguém decida por ela na avaliação de soluções técnicas de desmonte de edificações. “Para fazer a demolição manual de um prédio de dez andares, por exemplo, seriam necessários seis meses, com geração contínua de barulho e poeira. Com a implosão, o barulho e a poeira são produzidos de uma vez só”, avalia.

O custo é outro elemento que pode impactar a escolha. “De maneira geral, a implosão é mais barata que a demolição convencional, correspondendo a 50% ou até a 10% do custo”, aponta. Há casos, ainda, em que a implosão é a única alternativa, quando, por exemplo, o edifício sofre graves abalos estruturais.

Seja qual for a situação, é necessário certificar-se da viabilidade do serviço para evitar insucessos. “Ainda que a execução precise ser feita a toque de caixa, tem que haver um projeto que precisa ser discutido”, adverte quem já realizou mais de 50 projetos de implosão em todo o mundo sem um único acidente.

O evento foi promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas – DAT e Divisão de Estruturas – DES, com apoio da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural – ABECE e Instituto Brasileiro do Concreto – IBRACON.

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