Clube apoia lançamento de projeto de incentivo ao desenvolvimento de Maricá

Programa de Inovação Social e Tecnológica do município fluminense visa a criar empregos de qualidade e alternativas econômicas à atividade petrolífera

O Estado do Rio de Janeiro tem enfrentado nas últimas décadas o desafio de se preparar para uma transição econômica que se impõe pela finitude do petróleo e do gás e reduzir a dependência dessa atividade. Buscar alternativas através do desenvolvimento científico e tecnológico é um caminho promissor, pelas oportunidades que proporciona de se criar empregos de qualidade e crescimento econômico sustentável para um futuro em que não se contará mais com essa exploração. Por isso, o Clube de Engenharia acompanha e apoia iniciativas como o recém-criado Programa de Inovação Social e Tecnológica de Maricá, que prevê a criação de incubadora de startups e arranjos produtivos de ciência médica, alimentação e cultura.

Um sinal da importância do programa foi a presença de reitores e professores de diversas universidades públicas no lançamento do projeto, recentemente, no Instituto Federal Fluminense (IFF) de Ubatiba. A disposição das instituições de firmarem parcerias de cunho técnico-científico levaram os representantes da UFRJ, UERJ, UFF, Uenf e Faperj a comparecerem. O presidente do Clube de Engenharia, Mário Girão, também participou da cerimônia, com o objetivo de colaborar com iniciativas vinculadas ao programa.

“O Clube se coloca à disposição para colaborar e acreditamos que a iniciativa pode servir de exemplo para municípios do interior do Estado do Rio que também contam com recursos dos royalties do petróleo. É uma fonte significativa que deve ser aproveitada na aplicação em projetos voltados para a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico. É o caminho mais adequado para o crescimento econômico e a geração de empregos a longo prazo”, afirmou Girão, que esteve acompanhado pelo diretor de Atividades Técnicas e de Atividades Institucionais do Clube, Victor Hugo Rodrigues.

Uma das primeiras iniciativas que ficarão sob a coordenação do novo programa de Maricá é o Bem Viver Alimentar. Através dele, a prefeitura incentiva melhorias técnicas na produção rural local. Produtos típicos da região são incluídos nas compras das próprias instituições municipais. A ação também está apoiando a introdução no município de um moderno sistema de cultivo orgânico por meio de estufas, que possibilitará a produção de tomate, berinjela, pepino, shitake e shimeji, por exemplo.

Outro setor envolvido é o da saúde. Hospitais municipais estão sendo equipados com aparelhos de respiração mecânica não-invasiva, que têm proporcionado maior eficiência nos tratamentos de pacientes internados. Também será beneficiado pelo programa o projeto de pesquisa Sentinela Maricá, que mapeou a incidência da Covid-19 no município e que entrou na terceira fase, em que está previsto o monitoramento das sequelas da doença. A prefeitura investe, por outro lado, na abertura de laboratórios para o aprimoramento dos diagnósticos e dos tratamentos.

Além das instituições de ensino e pesquisa, o Programa de Inovação Social e Tecnológica conta com a parceria e o apoio também da iniciativa privada. Entre os investimentos que o município vem recebendo recentemente, está a instalação de uma fábrica de alimentos veganos. No campo educacional, também já é realidade convênio com a UFRJ, que proporcionará bolsas de mestrado, doutorado e iniciação científica para 20 alunos do município. Também ganhou impulso o projeto Jornada Sim, Eu Posso, que tem como objetivo a erradicação do analfabetismo entre jovens acima dos 15 anos.

O ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação e atual presidente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), Celso Pansera, destaca que a participação e o apoio das instituições de ensino e pesquisa são fundamentais para que o programa alcance os resultados esperados. Por isso, ele também vê como de vital importância a contribuição do Clube nesse processo, em virtude do peso da Engenharia para a realização de um desenvolvimento mais consistente na cidade, que já vive um bom momento no setor da construção. Ele anunciou a criação de uma incubadora de startups e um polo audiovisual na cidade.

“As instituições de ensino e pesquisa trazem uma contribuição muito importante para registro de patentes, o desenvolvimento de estudos e para a qualificação e treinamento das pessoas envolvidas. Maricá já conta com o campus do IFF e passará a ter um campus da UERJ, com cursos da área de Engenharia. Isso estimula a geração de valor para cadeias produtivas da economia do município ”, ressalta Pansera.

Os investimentos no programa e outras iniciativas voltadas para o desenvolvimento econômico e social e a preservação do meio ambiente precisam ser aprovados pelos gestores do Fundo Soberano dos royalties e participação especial pela exploração do petróleo de Maricá, criado em 2018. O lançamento marcou o aniversário de 208 anos da cidade. O prefeito Fabiano Horta também saudou a medida durante a cerimônia:

“Queremos deixar um grande abraço para vocês hoje porque abraço é um elemento simbólico. Estejam conosco, como polo de construção, resiliência, polo de quem tem o credo de que o saber e a pesquisa precisam ser difundidos. A cidade de Maricá quer ser uma parceira permanente nesse processo. Sintam-se abraçados pelo ICTIM. Viva a ciência, viva Maricá, viva o ICTIM”, declarou o prefeito.

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