Genocídio realizado pelo Império Otomano, entre 1915 e 1923, será lembrado em atos no Rio
O próximo dia 24 deste mês marca os 110 anos do início de um dos maiores massacres da história da humanidade, o genocídio armênio realizado pelo Império Otomano contra esse povo. Para homenagear as vítimas dessa violência e evitar que os fatos sejam esquecidos alguns eventos estão sendo programados.
No Rio de Janeiro, pelo menos dois atos merecem destaque. Na sexta-feira (11), às 19h, a Livraria Argumento, no Leblon, promove o curso “Genocídio Armênio 110 anos – História e Legado”. A aula será dada pela antropóloga Mariana Boujikian e pela advogada Nathália Hovsepian. Para se inscrever, é preciso entrar em contato pelo número: 21 984946112 ou 2239-5294. A livraria fica na Rua Dias Ferreira, 417.
Já a Associação da Comunidade Armênia do Estado do Rio de Janeiro convida para cerimônia na Catedral Ortodoxa Antioquina São Nicolau (Avenida Gomes Freire, 569 – na Lapa), que será realizada no dia 23 deste mês (quarta-feira), a partir das 19h. Ela será presidida por Dom Theodore El Ghandour, Bispo de Apamea e Vigário Patriarcal. Para participar do ato, os organizadores pedem para entrar em contato pelo WhatsApp 21-99896-1158.
O genocídio armênio foi um massacre sistemático e organizado de armênios pelo Império Otomano (atual Turquia), que teve início durante a Primeira Guerra Mundial, em 1915, e durou até 1923. Estima-se que entre 600 mil e 1,5 milhão de armênios foram mortos, além de outros grupos étnicos, como gregos e assírios.
Na época, o governo otomano, liderado pelo grupo Jovens Turcos, começou a deportar armênios de suas cidades natais para a Síria, sob o pretexto de “segurança nacional”. No entanto, esses deportados foram submetidos a condições brutais, incluindo fome, sede, doenças e violência. Muitos foram massacrados ou morreram durante as marchas forçadas. A Armênia é considerada o primeiro país a ter adotado o Cristianismo como religião oficial no mundo, em 301 d.C, enquanto o Império Otomano era de orientação muçulmana.
Muitos morreram assassinados por tropas turcas, em campos de concentração, queimados, enforcados e até mesmo jogados amarrados ao Rio Eufrates, mas a maior parte dos armênios morreu por inanição , ou seja, falta de água e alimento. Os sobreviventes do genocídio saíram do Império Otomano e se instalaram em diversos países, através da diáspora armênia. Milhares deles vieram morar no Brasil, a maioria no Estado de São Paulo.
Atualmente, a Armênia é uma república parlamentarista democrática e procura estabelecer relações com diversos organismos internacionais e blocos de países. No entanto, tem tido relação tensa como o vizinho Azerbaijão. Além de uma história rica, sua cultura também reflete sua tradição.