Ministra participou do podcast Reconversa, no YouTube, e destrinchou projetos de sua pasta
A Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou do podcast Reconversa, concedendo uma entrevista em que falou de sua trajetória e também tratou dos seus planos para a pasta. Ela abordou os projetos que vem implementando com o objetivo de incentivar o aproveitamento da atividade de pesquisa em sua transformação em produtos e serviços para o país, além de destrinchar os objetivos da neoindustrialização.
“Não tenho dúvida que se o Brasil quiser se posicionar e se tornar um país que corresponda à sua grandeza, à sua diversidade, ao seu potencial natural e às suas vocações, nós temos que ter uma política de Estado forte no incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação. O nosso sistema nacional de ciência e tecnologia não é menor do que nenhum sistema do mundo. No ranking de indicadores da fundação Innovation Global, somos 13º em produção científica e o nosso grande paradoxo é que nós somos 49º em inovação, ou seja, essa produção não se traduz em produtos e serviços”, ressaltou a ministra.
A entrevista foi conduzida pelo presidente do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), a advogado Walfrido Warde, e contou com a participação do jornalista Reinaldo Azevedo. Na conversa, a ministra falou sobre sua infância no Recife, sua militância no movimento estudantil e a politização herdada da família. Foi presidente do Diretório Acadêmico das Exatas e se formou em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Luciana Santos exerceu o mandato de prefeita de Olinda por duas vezes, e depois foi eleita deputada federal. Sua carreira política também inclui o cargo de vice-governadora do estado e de secretária de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente na gestão de Eduardo Campos. Atualmente, ela é presidente nacional do PCdoB.
Orçamento
Na entrevista, a ministra explicou como funciona a estrutura do sistema nacional de ciência e tecnologia brasileiro. É um arcabouço formado por unidades de pesquisa e autarquias, vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Luciana Santos ressaltou o papel estratégico da FINEP no financiamento para o setor.
“O orçamento discricionário do ministério é de R$ 2,9 bi, mas o que é o fomento à ciência e tecnologia? O que é o investimento? Nós temos 18 unidades de pesquisa que tenho a gestão direta sobre elas, o INSA, que é Instituto Nacional do Semiárido, Centro Tecnológico do Nordeste, Museu Emílio Goeldi, o CBPF, Laboratório Nacional de Ciência da Computação, em Petrópolis, que tem o Santos Dumont, que é o nosso supercomputador que nós queremos na inteligência artificial que ele vire o 5º do mundo, então nós temos um sistema nacional de ciência e tecnologia arrojado”, contou a ministra.
Neoindustrialização
Luciana Santos também falou sobre o programa Nova Indústria Brasil (NIB), que busca dar novo impulso ao processo de industrialização do país. O projeto é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e conta com seis missões voltadas para os setores de agroindústria, saúde, infraestrutura urbana, tecnologia da informação, bioeconomia e defesa. No entanto, sua pasta tem importante papel nessas diretrizes.
“Nós escolhemos essas seis missões porque é exatamente onde temos mais potencial. As pessoas são meio céticas, mas quantas vezes já se viu uma agenda de industrialização no Brasil? Muito poucas vezes”, afirmou a ministra.
Assista aqui à entrevista: