Invenção de pequena empresa italiana da região do Vêneto é capaz de ocultar células solares e gerar energia sem interferir na arquitetura tradicional
A Itália tem um patrimônio histórico inigualável e dezenas de sítios considerados Patrimônio da Humanidade. Com tantas construções de inestimável beleza e importância cultural, a questão é como adaptar as edificações às necessidades modernas, como a geração de energia fotovoltaica. Seria um crime instalar painéis metálicos e de vidro sobre telhados de origem tão antiga em paisagens tão românticas.
Mas a engenharia encontrou uma solução para que casas e outros imóveis de cidades preservadas possam usufruir da moderna energia solar, que traz economia e beneficia o meio ambiente. A empresa Dyaqua desenvolveu uma telha capaz de captar a luz do sol para ser transformada em energia elétrica, mas com cor e formato de uma peça antiga. Em tom terracota, parecido com a argila, e em formato curvo, elas têm um resultado estético surpreende e podem resolver o problema de locais preservados no mundo todo, inclusive no Brasil.
A empresa foi criada na província de Vicenza, na região do Vêneto, onde os telhados compõem uma paisagem belíssima. Em muitas das localidades, como na comuna de Camisano Vicentino, os painéis solares são proibidos, o que virou um problema na era da transição energética. Muitos moradores desse e de outros locais históricos reivindicam o direito de aderir a essa tendência, mas não conseguiam.
As telhas foram batizadas de Invisible Solar e podem de fato adquirir diferentes aparências, apesar de sua altíssima resistência e de conterem as células fotovoltaicas no seu interior. Além da semelhança com as peças de argila, têm pequenas variações para parecerem feitas à mão. Além de casas, instituições culturais, autarquias responsáveis pela preservação de patrimônios, como o museu de arte contemporânea de Roma e o parque arqueológico de Pompéia, já adquiriram a invenção.
Os módulos são formados por um composto polimérico que esconde as células solares. Esses dispositivos que captam a luz do sol são feitos de silício monocristalino e ficam incorporados nas telhas.
Uma superfície especial, opaca e transparente à luz solar, cobre e esconde as células solares sem afetar o seu funcionamento. O desempenho é considerado a metade de um painel solar normal, o que equivale a 70 Wp/m2. O custo também é outra desvantagem, pois sai um pouco mais alto que as tradicionais. No entanto, diante da necessidade de resolver o problema estético, são fatores que não preocupam os compradores, que estão em toda a Europa. A empresa está até tendo dificuldade em atender a todos os pedidos.